Uma foto da obra

Ócio e culpa na tradição judaica-cristã

Ano de Lançamento: 2014

Daimon era para o pensamento arcaico um gênio imortal que nos habita e reuniria todas as virtudes, qualidades e conquistas luminosas realizadas por nosa Psiquê ao longo de todas as suas existências passadas. Era, portanto, tudo aquilo de imortal que teríamos acumulado ao longo de nossas várias existências. Quando estivesse pleno, a Psiquê reconquistaria a imortalidade perdida. Era também a força que nos impele e exige a realização de nosso destino. Se não o fizéssemos pagaríamos o alto preço de desviarmo-nos de nós mesmos. O resultado poderia ser a doença, a depressão ou a insatisfação com a vida como uma forma de protesto do Daimon. Por outro lado, sua realização se traduzia em manifestação plena de nós mesmos através da expansão e volução de nossos talentos e potenciais. A palavra Daimon originou "demônio" no sentido atual e é claro que estranhamos como um conceito de libertação e evolução tenha adquirido um significado associado ao mal. É que a igreja passou a perseguir todos aqueles que cultivavam seu Daimon, porque tinham o "mau costume" de pensar por conta própria e ela queria rebanhos que não pensassem. Passou então a igreja a propalar que aqueles livres pensadores tinham "parte com o demônio", ou seja, não davam lucro para a igreja, e ainda por cima questionavam seus dogmas e fanatismos.

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